Ponto de Partida
sábado, 23 de dezembro de 2017
domingo, 24 de março de 2013
sábado, 16 de fevereiro de 2013
O ciclo do Pão nas terras da beira raiana (4)
2.2- A ESTRAVESSA
Esta fase de tratamento da terra
destinada a receber a sementeiras de centeio e outros cereais, era executada
por norma durante a primavera quando as chuvas já começavam a rarear e a terra
já podia ser lavrada.
E que com a terra muito molhada
não se consegue lavrar por razões óbvias.
Com esta fase, garantia-se que
toda a terra havia já sido removida salvo pequenas porções que ficassem entre
os dois regos.
Na verdade, ao lavrar, no mesmo
sentido aquilo que anteriormente tinha sido lavrado mas agora fazendo os regos
onde antes tinham sido feitas as gomas e vice versa conduzia a que tudo fosse removido
pelo menos uma vez.
2.3-A TRAVESSA (travessar ou terçar)
Já no princípio do verão e às
vezes durante e até Setembro fazia-se a travessa. Travessar a terra era nada
mais nada menos do que voltar a lavrá-la mas agora, que já tinha sido decruada
e estravessada e tinham sobre ela passado vários meses com chuva, vento, etc, a
tarefa era mais leve, pois não estava dura.
A terra era lavrada atravessando
os regos que tinham sido feitos na decrua e na estravessa por norma de forma enviesada.
É que se a travessa fosse feita a 90º relativamente aos regos da decrua e
estravessa para além de ser mais difícil
para o homem e animais não se conseguia uma remoção tão uniforme. De qualquer
modo, depois da travessa aqueles regos ficavam todos desfeitos.
Na Travessa lavrava-se com arada miúda a terra que tinha já sido
lavrada duas vezes.Lavrar miúdo é fazer com que cada rego seja executado de tal
modo perto do anterior que a terra que se revolve tapa-o quase completamente deixando uma pequena goma. Fácil é perceber
que esta tarefa demorava mais tempo que as anteriores, mas por outro lado era
mais fácil quer para o homem quer para os animais, pois a terra já estava
amolecida com as anteriores fases.
Era na travessa, quando era feita
cedo, no fim da primavera que se aproveitava também para semear em terras mais
“fortes” o milho de sequeiro que apenas se utilizava, em Setembro, para os
animais comerem quando se estava na sementeira.
A Estravessa |
Em fins de Setembro e Outubro é
altura de dar a ultima volta à terra antes de a mesma ser semeada.
Esta volta já não consistia em
lavrar mas sim em alisar a terra que tinha sido lavrada anteriormente, por
forma a permitir a sementeira.
A terra era alisada pelo menos
por duas razões: Por um lado, ao revolver a camada superficial com o alisamento
feito pela grade lisa provocava novo arejamento, já que como se disse a terra
tinha sido traçada e estava em sulcos de dimensão não muito pronunciada.
Por outro lado, a terra era
alisada para garantir que a distribuição da semente que se iria espalhar era o
mais possível uniforme. Se a terra não estivesse lisa, à medida que fosse
espalhada a semente esta teria
naturalmente tendência para escorregar para o fundo dos regos acumulando-se aí
e deixando a zona das gomas sem semente.
Por tudo isto e para garantir a
uniformidade na distribuição da semente a terra era alisada.
Se a ceara era muito grande, não
se gradeava tudo, apenas a parte que se conseguia semear naquele dia ou no
seguinte. Como estas tarefas deviam ser efectuadas em curto espaço de tempo não
era muito invulgar haver uma junta de vacas a gradear e outra depois a lavrar
semeando, tendo de permeio o semeador a espalhar o grão.
O gradear era efectuado ou com
uma pedra em cima da grade virando esta com os dentes para cima como se vê na
imagem abaixo
Gradear |
ou, com o lavrador com os pés em cima da grade, com uma
das mãos a segurar o rabo de uma das vacas e com a outra segurando a aguilhada
para orientar os animais.
2.5 – Semear
Para semear o centeio havia
várias operações que se tinham que realizar. Desde logo era preciso espalhar a
semente. E espalhar a semente num espaço grande como por vezes acontecia
requeria que se tivessem certos cuidados para garantir a tal uniformidade possível
na distribuição do grão na terra.
Colocavam-se por exemplo, marcas
delimitadoras de zonas que um homem podia garantir o espalhar do grão,
deslocando a mão cheia para um e outro lado â medida que avançava de pé pela
terra adiante. As marcas podiam ser ramos espetados no chão, que agora estava
mole, ou mesmo pedras de pequena dimensão colocadas umas em cima das outras.
Espalhado o grão, era altura de
iniciar a sementeira, lavrando agora grosso. Lavrava-se grosso na sementeira
para garantir que o grão ficava enterrado e mais ainda para garantir que ficava
na parte mais elevada das gomas, embora coberto de terra. No fundo este tipo de
arada formava as gomas de forma a terminarem em triângulo e por isso garantia
que nos regos não ficava grão e que este era enterrado nas gomas por força do
revolver da terra com as aivecas do arado que aqui eram grandes.
Era uma altura em que os
lavradores faziam juz à sua habilidade maior ou menor para produzir regos
perfeitos e direitos, originando, quando isso acontecia, verdadeiras obras de
arte agrícola que se mantinham até à ceifa. A forma como cada um mostrava a sua
ceara denotava maiores ou menores atributos para a execução daquela tarefa e
até era, por vezes, motivo de vaidade e orgulho, e de comentário entre todos,
sempre.
Seara Semeada |
Quando a dimensão da ceara
originava regos com uma dimensão apreciável era necessário prevenir as
invariáveis chuvadas que chegariam no inverno e por isso se faziam verdadeiras
obras de hidráulica nas cearas para evitar o desmoronar dos regos e o estragar
das cearas pelas enxurradas. É evidente que estas alterações na forma de lavrar
as cearas nada têm de especial e não existe uma receita para as distâncias em
que devem ser executadas, dependendo de vários factores que o lavrador melhor
que ninguém conseguia avaliar em cada caso: comprimento dos regos, inclinação
do terreno, pluviosidade do local, consistência da terra, etc.
Bem mas em qualquer
circunstância, e com uma dimensão dos regos na ordem da centena de metros era
sempre necessário fazer regos que atravessavam os primeiros e conduziam a água
para local adequado e que não danificasse a ceara. Aliás, quem quisesse ver o
que acontecia se assim não procedesse só o via uma vez pois na seguinte
fazia-o.
Quando a água das primeiras
chuvas aparece, com o centeio ainda muito pequeno é evidente que cada rego se
transforma num pequeno rio. Se o rio não for interrompido quando a água chega
ao fim a sua quantidade é tal que provavelmente destrói os regos
Essa a razão fundamental para tal
procedimento.
JFernandes (Pailobo)
(continua….)
sábado, 15 de dezembro de 2012
O ciclo do Pão nas terras da beira raiana(3)
2.1- A DECRUA
A preparação da terra para a
sementeira das cearas é um processo que demora por norma um ano com a
sobreposição casual de algumas tarefas duma fase com a outra.
Isto é, está a semear-se uma
tapada e, na mesma altura, noutra parcela de terra está a lavrar-se a primeira vez a terra para começar a prepará-la para no próximo ano poder
ser semeada.
Quando se lavra a terra pela
primeira vez num ano com a finalidade de ela ser semeada no próximo, o trabalho
e esforço realizados são grandes principalmente se essa tarefa ocorrer, o que
não é vulgar, antes das primeiras chuvas. Aí a terra está muito dura, pois não
é mexida pelo menos há um ano. Isto é: nos solos pobres da beira interior, é
necessário que as terras, depois de cada cultura de sequeiro por norma centeio,
cevada ou mesmo trigo descansem pelo menos um ano. Trata-se de permitir que
sejam adquiridos de novo pela terra os nutrientes necessários para que a futura
cultura possa ter algum sucesso.
A essa tarefa de lavrar pela primeira vez a terra chamava-se
a “decrua”. A decrua era assim a transformação da terra que estava crua, dura,
noutra coisa menos crua.
Imagens da decrua |
Terra decruada |
Quando a decrua ocorria depois das primeiras chuvas, a terra já se encontrava húmida e pois isso mais fácil de realizar a tarefa. Mas mesmo assim a terra tinha assentado fruto de um ano de descanso ou poisio. Se porventura ainda não tinha chovido a tarefa era mais dura quer para os animais quer para as pessoas que conduziam a tarefa.
Na decrua não se lavrava a terra
de forma miúda, mas sim grossa. Isto quer dizer que não ficava totalmente
revolvida a ceara. Lavrava-se grosso. Lavrar grosso consiste em abrir sulcos na
terra separados o suficiente para formar umas mini-montanhas longitudinais a
que se chamam gomas e deixar os regos abertos.
A razão principal, tanto quanto sei tem a ver com o facto de, ao lavrar
grosso e se deixar os regos abertos consegue-se decruar mais terra no mesmo
tempo do que se estivesse a lavrar miúdo.
Por outro lado acabava por não
haver total remoção da terra desse campo nesta tarefa o que permitia que, com o
inverno a terra não removida ficasse ela própria mais mole pois passava a ter
as duas zonas laterais de cada goma expostas quer à chuva quer ao vento e ao
frio.
Nos casos em que se decruava um
terreno que dois anos antes tinha tido centeio, aproveitava-se para fazer a
decrua desfazendo os regos ainda existentes mas meio estragados o que
facilitava a tarefa pois a medida da largura dos regos estava definida à
partida. Neste caso os regos eram feitos pelas gomas que se transformavam em
regos e os regos ficavam transformados em gomas depois de duas gomas
consecutivas terem sido lavradas.
A decrua era uma tarefa que era
realizada no outono e inverno por razões que todos percebemos. Quem não
perceber experimente a decruar um terreno em Julho ou Agosto e não terá dúvidas
qual a melhor altura do ano para decruar, isto para além de, como se disse as
terras terem momentos próprios para ser mexidas directamente ligados com o
ciclo anual das sementeiras.
Não faz por exemplo sentido
lavrar um terreno pela primeira vez em Setembro e semeá-lo em Outubro. No caso
de haver dúvidas experimente-se.
As tarefas do mundo rural, quase
todas têm razões próprias para serem feitas
desta ou daquela maneira, neste
ou naquele tempo, razões que têm sempre a ver com a produtividade e com o
esforço dispendido.
Continua…..
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
O ciclo do Pão nas terras da beira raiana (2)
2- A preparação da
terra
As terras destinadas a produzir
as cearas tinham e penso que ainda têm ciclos próprios que os lavradores por
norma respeitavam até por que se o não fizessem o resultado da produção era
inferior.
A preparação da terra é uma
tarefa demasiado importante para que dela se não fale quando alguém pretende
explicar como era a vida no mundo rural nos anos 40 a 60 e até 70.
A terra destinada a uma das
culturas de sequeiro, que se semeava por volta de Setembro Outubro, tinha que
começar a ser preparada no ano anterior na mesma altura. Isto é, para se semear
uma terra ela tinha que vir sendo lavrada durante um ano.
Depois de semeada a ceara ela
apenas era colhida, ceifada, em Junho do ano seguinte.
Uma ceara que acabou de ser
ceifada não deve ser lavrada no ano seguinte, para que a terra possa
“descansar”. Isto leva-nos à conclusão
óbvia de que para garantir determinada área semeada anualmente era necessário ter
3 vezes a área dessa terra:
Uma para estar a descansar (em
poisio);
Outra para estar a ser lavrada
durante o ano (a arada);
Outra para estar semeada (A
seara).
Na preparação da terras para as
cearas de centeio o trabalho era quase exclusivamente feito por homens pois as
tarefas eram bastante duras e a compleição física dos homens era mais adequada.
Para as mulheres eram reservadas tarefas mais leves.
A preparação da terra implica a
execução de várias tarefas feitas ao longo do ano por forma a que, semeado o cereal, haja
maiores probabilidades de uma melhor colheita. O objectivo sempre foi e
continua a ser o mesmo:
Com a mesma matéria prima
produzir o máximo que se puder.
As razões que levavam à
preparação das terras para as culturas e principalmente para os cereais mantêm-se
actuais apesar de terem sido introduzida a mecanização quando a dimensão das terras o
permite. Isto por que nas zonas da beira raiana a dimensão das parcelas de
terreno é pequena e muito retalhada e pior que tudo por norma murada. É um
hábito antigo que tem que ver com a noção de posse e propriedade que ainda não
foi eliminado e não sei se alguma vez o será. Terras de pequena dimensão, com
muros na sua periferia, dificultam e ás vezes impedem que se possa usar um
trator. A esta situação junta-se uma outra e que tem que ver com a orografia
dos terrenos, muito declivosos em certas zonas.
No fundo, lavra-se a terra para a
tornar mais mole. A terra fica mole quando tem ar no seu interior. Arejar a
terra lavrando-a ao longo do ano várias vezes é torna-la produtiva pois para além de eventuais fertilizantes
orgânicos poderem ser enterrados em qualquer das diferentes fases mas de
preferência nas mais próximas da sementeira, no fundo o que estamos a fazer é a
oxigenar o subsolo permitindo assim às futuras sementeiras germinarem e
crescerem.
Um solo duro não tem grande
quantidade de oxigénio. Lavra-se para o oxigenar e torná-lo fertil e mole. Uma terra mole,
onde se enterram os pés quando passamos por cima dela, é uma terra que para lá
dos nutrientes orgânicos ou não contém dentro de si muito ar. Não está calcada.
É uma terra em que, qualquer chuva se infiltra facilmente.
Mas para a terra ter estas
características é necessário realizar sobre ela um conjunto de operações que
levarão àquele resultado. A forma e os meios utilizados para chegar aquele fim
é que podem variar ao longo do tempo e conforme vamos tendo novas tecnologias.
(continua….)
terça-feira, 20 de novembro de 2012
O ciclo do Pão nas terras da beira raiana
1-Introdução
Nas zonas da beira interior mais
próximas da fronteira e provavelmente noutras, nas décadas de 40 a 60 do século
passado, o pão desempenhava na alimentação dos residentes o papel mais
importante de todos os componentes da alimentação.
O pão, em paralelo, com as
batatas e leguminosas constituíam praticamente
a quase totalidade da alimentação das gentes naqueles tempos.
“Casa onde não há pão, todos
ralham e ninguém tem razão” dizia o
ditado.
Tendo o pão a importância que
todos reconhecemos, não parecerá estranho que sejam precisamente sobre ele as
primeiras palavras deste blog tentando reproduzir o máximo de informação que ao
pão daqueles tempos diz respeito.
Não me move qualquer saudosismo
do que naqueles tempos era a vida quotidiana das pessoas até por que vivi parte
dela, mas entendi que seria importante divulgar a forma como as pessoas
trabalhavam e viviam, de uma forma que,
contada na primeira pessoa tem, na minha opinião, maior credibilidade
principalmente nos pormenores dessas situações.
Ao longo de vários artigos serão
descritas de forma tão minuciosa e fidedigna que conseguir, as diferentes fases
que levam a que, no final se possa comer “PÃO”.
Não vou dizer que estas linhas
esclarecerão muitos sobre o facto de o pão não vir do supermercado ou da
padaria pois isso é uma frase já gasta e
que alguns acham que fica sempre bem referir.
Vou sim, relatar e explicar, muitas
vezes na primeira pessoa, as tarefas que se faziam para no final se poder comer
uma fatia (aqui dizia-se “Fatiga” ) de pão. É também para mim óbvio que essas
ou outras tarefas continuarão a ser executadas mas agora com a utilização de
novas técnicas e tecnologias que entretanto foram aparecendo e não
necessariamente nos mesmos locais que antes eram trabalhados.
Embora não o deseje,
principalmente nos moldes das décadas
referidas no inicio, creio que dentro de algum tempo, provavelmente muitas pessoas terão de voltar ao mundo rural e aí,
certamente vão ter de produzir não necessariamente apenas pão, mas
provavelmente outras culturas mais adequadas aos solos de cada local. É que,
com o desemprego a crescer, a vida nas cidades tornar-se-á insustentável para
quem não tenha um emprego. E, nessa altura, quem não quiser emigrar terá
necessariamente de voltar ao campo, onde pelo menos poderá subsistir.
Será uma forma de repovoar o
interior? Preferia que tal fosse conseguido por livre vontade dos futuros
residentes e não por imposição de uma situação criada, para a qual os
destinatários certamente foram os que menos contribuíram.
As tarefas conducentes à obtenção
do pão, iniciam-se como facilmente se percebe, pela preparação da terra onde a
ceara se virá a desenvolver e que depois dará origem ao grão, à farinha, e, finalmente
ao pão.
Por isso, ao longo de vários
textos a publicar com a regularidade que for possível irão ser descritas as
tarefas parcelares que conduzem à obtenção de uma fatia de Pão, que como
perceberão são muitas, árduas, e deslocadas no tempo, se se quiser manter a
produção com um ritmo de continuidade. É que as pessoas todos os dias comem e quase sempre, pão.
Será, quando isso se justificar,
feita referência aos instrumentos de trabalho utilizados em épocas remotas para
o desempenho das tarefas agrícolas que conduzem à obtenção do Pão.
(continua….)
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Abertura do Ponto de Partida
Muitos são os espaços onde hoje
há possibilidades de todos podermos colocar aquilo que pensamos sobre os mais
diferentes assuntos. Educação, Desporto, Saúde, Cidadania, Natureza, Cultura, História, Ciência, etc.
Este espaço em particular apesar
de encontrar aberto aos mais diversos
temas e colaborações tem um
objectivo fundamental e que se prende com a divulgação daquilo que se fez, faz
e existe no interior do país, na sua parte mais periférica, e das poucas gentes
que por lá ainda residem e vivem. Esses são os verdadeiros guardiões das terras
fronteiriças.
Não é um espaço corporativista,
não é um espaço territorialmente limitado, nem sequer exclusivista daquelas
regiões. É um espaço que pretende mostrar a quem o quiser consultar aquilo que
de bom, menos bom e belo existe no interior fronteiriço e que muitas vezes nem
sequer imaginamos. À partida serão divulgados costumes, lugares, curiosidades,
espaços naturais, cursos de água, monumentos e espaços de cultura existentes
nos concelhos de Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo, Sabugal e Penamacor, não
estando fechada a sua continuidade sempre que tal se justifique.
O centro deste Blog é um lugar
que só dificilmente se encontra no mapa e donde o seu criador é natural: PAILOBO . trata-se de um lugar quem nem sequer é freguesia,
pertence à freguesia da Parada no concelho de Almeida.
O blog está a ser desenvolvido a
partir de Linda-a-Velha onde o seu responsável reside durante o ano, quando não
está em Pailobo.
Novembro de 2012
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